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ORDENAÇÃO EPISCOPAL

Dom Valdir é ordenado e empossado como novo bispo da Diocese de Campo Limpo

Em cerimônia inédita celebrada na Catedral, Dom Valdir é ordenado e Diocese de Campo Limpo recebe seu novo bispo diocesano, o seu terceiro desde a sua criação.
 |  Andrea Rodrigues  |  Diocese
  • Momento da ordenação em que Dom Valdir recebe a prece de Ordenação com o livro dos evangelhos sob sua cabeça
  • Momento da ordenação em que Dom Valdir recebe a prece de Ordenação com o livro dos evangelhos sob sua cabeça

Monsenhor Valdir José de Castro,ssp foi ordenado na tarde do sábado, 26, na Catedral Santuário Sagrada Família, zona Sul de São Paulo, que esteve completamente cheia. Em seu interior e na parte externa, cerca de 4 mil pessoas estiveram presentes, entre elas centenas de padres diocesanos e da família Paulina, congregação da qual Dom Valdir faz parte, além de muitos religiosos e religiosas.

Os inúmeros fiéis puderam acompanhar também do lado de fora da nave da Catedral, onde quatro telões foram instalados em diferentes espaços: um na fachada da igreja e outro na lateral, além do salão paroquial e a Capela do Santíssimo. 

Todo o rito de ordenação episcopal foi acompanhado atentamente e muitos fiéis se emocionaram a todo o momento. “É um rito muito cheio de simbolismos e é difícil segurar a emoção”, comentou Maria Adelaide, 59 anos, moradora de uma das regiões mais carentes da diocese, Jardim Ângela.

O ordenante principal foi o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo. Os coordenantes foram: Dom Luiz Antônio Guedes, agora bispo emérito de Campo Limpo e Dom Devair Araújo da Fonseca, bispo de Piracicaba.

No início da celebração, Dom Luiz Antônio Guedes, que permaneceu à frente da Diocese por 14 anos, acolheu a todos e agradeceu a presença maciça de fiéis, “que constituem a maioria dos membros do povo de Deus”, e aproveitou para agradecer “com muita gratidão e ternura”, o senhor Heitor Pinto e Silva, que um dia antes fez a doação definitiva do terreno onde está a Catedral, a Igreja-Mãe da Diocese. Dom Luiz fez menção ainda, ao apoio dado pela Prefeitura de São Paulo e a Sub-prefeitura de Campo Limpo para o evento.

Concelebraram 17 bispos, entre eles Dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes e Presidente do Regional Sul 1, que ao final da celebração fez o acolhimento do novo eleito como o mais novo membro do regional. “Não temos dúvida nenhuma que a sua chegada vem reforçar a nossa missão evangelizadora, vem reforçar a visão das nossas comunidades para que elas sejam cada vez mais comunidades eclesiais missionárias, a nossa alegria é grande em recebê-lo. Seja muito bem-vindo ao Regional Sul 1 da CNBB”.

O primeiro bispo de Campo Limpo, Dom Emílio Pignoli, prestes a completar 90 anos, também compareceu e, emocionado, perguntado sobre viver este momento, desejou que o novo bispo seja conduzido pelo Espírito Santo: “Estou contente de estar aqui, desejo que este novo governo alcance as necessidades da Diocese e que o Espírito Santo, conduza Dom Valdir”.

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Superior Geral dos Padres Paulinos, padre Domenico Soliman, apresenta a Bula Papal para a assembleia. — Imagem: Erica Viana.

Memória do Bem-aventurado Tiago Alberione

A cerimônia começou pontualmente às 16 horas e próximo das 15h30, o ainda Monsenhor Valdir José de Castro foi acolhido pelo cardeal, os bispos coordenantes e o Colégio dos Consultores na porta da Catedral.

As redes católicas de televisão Rede Vida, Canção Nova, Século 21 e Pai Eterno, fizeram a transmissão ao vivo da ordenação e posse, além das redes sociais diocesanas e dos Irmãos Paulinos.

A cerimônia aconteceu, por escolha de Dom Valdir, na memória do fundador dos Paulinos, o Bem-aventurado Tiago Alberione. Os Irmãos Paulinos tiveram a sua fundação em Alva, Itália, em 20 de agosto de 1914 e Dom Valdir é o primeiro bispo eleito da congregação.

O superior geral, padre Domenico Soliman, veio da Itália para participar da ordenação. Depois da apresentação do eleito, primeiro momento do rito de ordenação, padre Soliman ficou incumbido de ler e apresentar ao Cardeal e a todos os presentes o mandato pontifício, ou a bula papal de ordenação.

E emocionado falou desse grande momento para a família Paulina: “Para nós, padres Paulinos, Dom Valdir como bispo abre uma nova perspectiva, uma nova fronteira para viver a nossa missão e apostolado dentro da Igreja. Não podemos imaginar como será a experiência de Dom Valdir como bispo, mas com seu estilo paulino, seguramente trará algo de novo para a evangelização do Povo de Deus".

Padre Claudiano Avelino dos Santos, Superior Provincial da Congregação no Brasil, também esteve presente e  falou a partir de sua perspectiva o que os diocesanos podem esperar: “Podemos esperar um bispo que irá dar uma especial atenção à comunicação como forma de evangelização na Igreja”.

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.Dom Valdir é acolhido e saudado pelos bispos antes do início da celebração — Imagem: Marcus Simi.

Advento

A data da cerimônia coincidiu ainda com a celebração do novo ano litúrgico e em sua homilia, Dom Odilo destacou que já no início do Advento somos chamados a uma atitude vigilante sem se deixar levar pelas distrações do mundo. “O primeiro domingo do Advento já nos convida a uma atitude de vigilância, de atenção, de não nos distrairmos neste mundo com as tantas ocupações e tantas possibilidades de distração oferecidas, para que ninguém, ninguém, perca de vista a meta deste grande encontro para o qual nos preparamos dia após dia”.

E, de especial modo, dirigindo-se a Dom Valdir, pediu que recordasse que ele fora eleito para o serviço e lembrasse sempre das palavras de Cristo aos apóstolos: “Quem vos ouve a mim ouve, quem vos despreza, a mim despreza, e quem me despreza, despreza Aquele que me enviou”, além de enfatizar que um bispo deve ser reconhecido pelo serviço. “Quanto a ti, caríssimo irmão padre Valdir escolhido pelo Senhor, lembra-te, que fostes tirados dentre os homens e colocado a serviço deles nas coisas de Deus, o episcopado é um serviço, não uma honra”.

Rito de ordenação e posse

São muitos os momentos marcantes e de emoção durante o rito de ordenação, entre eles o momento em que o eleito se prostra diante do altar enquanto toda a assembleia invoca a intercessão dos santos.

A imposição das mãos, gesto central da ordenação, foi realizada pelos ordenantes, mas também pelos 17 bispos presentes, entre eles Dom Fernando Legal, bispo emérito de São Miguel Paulista, que está com 90 anos.

A Prece de Ordenação proferida pelo ordenante principal, enquanto o livro dos Evangelhos é colocado sobre a cabeça do eleito, emocionou muitos presentes que não seguraram as lágrimas.

A unção da cabeça do novo bispo com o óleo do Crisma, jamais presenciada na Diocese, e a entrega das insígnias episcopais – anel, mitra e báculo – pelos irmãos do novo bispo, foram acompanhados em profundo silêncio e atentamente pela multidão.

Ao entregar o báculo, Dom Odilo deu posse a Dom Valdir e pediu que ele assumisse a Cátedra a partir daquele momento da cerimônia. “Recebe a Cátedra e toma posse da tua Catedral e da sua Diocese”. Dom Valdir, assumindo a Cátedra e visivelmente emocionado, foi aclamado com calorosa salva de palmas por todos os presentes recebendo em seguida a saudação da paz, que é a acolhida do novo bispo no Colégio Episcopal.

O último a cumprimentar Dom Valdir, foi monsenhor Algacir Munhak, bispo eleito para a Diocese de São Miguel Paulista em 21 de setembro pelo Papa Francisco e, conforme fez questão de mencionar Dom Odilo, será ordenado bispo dia 17 de dezembro.

Tudo por causa do Evangelho

Em seu primeiro pronunciamento como bispo, Dom Valdir iniciou os agradecimentos rendendo graças a Deus pelo chamado ao serviço episcopal: “agradeço ao Supremo Pastor que não obstante as minhas limitações me chamou ao ministério episcopal. A Ele eu louvo e rendo ação de graças”, e pedindo uma salva de palmas a Deus lembrou a todos “Ele que está no meio de nós”. 

Em seguida, Dom Valdir agradeceu a Dom Odilo, aos coordenantes, aos outros bispos presentes, ao clero Paulino e diocesano, aos familiares, aos amigos de perto e longe e ao povo da Diocese, que ocupou cada espaço disponível: “é bonito quando uma celebração busca unir a Igreja para a gente caminhar junto, fazendo da nossa vida uma grande celebração, um celebração como diocese”. 

E falando sobre o lema escolhido explicou sua inspiração: “Faço tudo pelo evangelho. O evangelho é antes de tudo Jesus e na linha e nos passos do apóstolo Paulo e de tantos Santos e Santas, quero fazer esse caminho de viver e anunciar o Evangelho”.

Faço tudo pelo evangelho. O evangelho é antes de tudo Jesus e na linha e nos passos do apóstolo Paulo e de tantos Santos e Santas, quero fazer esse caminho de viver e anunciar o Evangelho.

Dom Valdir José de Castro

Sem deixar de falar sobre sinodalidade e comunicação, deu as diretrizes de seu governo. “É preciso fazer o caminho sinodal de caminhar juntos na missão de evangelizar, valorizando o caminho da comunicação.  Não existe caminho sinodal sem comunicação, com o espírito e entre nós. Precisamos ser ‘artesãos de comunhão’, que cada um de nós possa dar a sua parte, viver a unidade na diversidade”.

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Dom Valdir é ungido em sua cabeça com o óleo do Crisma, sinal da plenitude do Espírito Santo recebida na ordenação episcopal — Imagem: Ivan Andrade.

Prefeito de São Paulo

Entre as autoridades civis presentes, participou de toda a cerimônia o atual prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Católico, o prefeito disse ver semelhanças na missão dada ao novo bispo e seu mandato. “Assim como Dom Valdir, que já declarou nunca ter imaginado ser eleito bispo, assumi a prefeitura sem imaginar, lá no início, que sairia do posto de vice-prefeito e acredito que as duas coisas são missões que precisamos realizar, eu encaro isso como uma missão dada por Deus, com muita fé e tranquilidade, é pegar a missão e tocá-la”.

Dom Valdir José de Castro

Dom José Valdir de Castro nasceu em Santa Bárbara d' Oeste, São Paulo, no dia 14 de fevereiro de 1961. Decidiu-se aos 17 anos pela vida religiosa na Pia Sociedade de São Paulo, Congregação de Padres e Irmão Paulinos, que faz parte da família Paulina, fundada pelo Bem-aventurado Tiago Alberione, e que tem por missão a evangelização na cultura da comunicação.

Emitiu seus primeiros votos em 11 de fevereiro de 1981 e fez a profissão perpétua em 25 de outubro de 1987. Neste mesmo ano, em 12 de dezembro, recebeu a ordenação presbiteral em sua cidade natal pelas mãos de Dom Eduardo Koiak, então bispo de Piracicaba.

No que se refere à sua formação acadêmica, depois dos estudos clássicos de Filosofia (Universidade de Caxias do Sul-RS) e Teologia (Instituto Teológico de São Paulo-ITESP), fez o mestrado em Teologia, com especialização em Espiritualidade na Pontifícia Universidade Gregoriana (Roma), graduação em Jornalismo (Universidade de Caxias do Sul-RS), mestrado em Comunicação (Faculdade Cásper Líbero-SP) e doutorado em Comunicação e Semiótica (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).

Em 2015, padre Valdir foi eleito superior geral da Pia Sociedade de São Paulo, tornando-se o sétimo sucessor do fundador e o primeiro não italiano a assumir o cargo. Terminou seu mandato em junho de 2022.

No dia 14 de setembro deste ano, o Papa Francisco nomeou o padre Valdir como terceiro bispo da Diocese de Campo Limpo, São Paulo.

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Momento em que Dom Valdir senta da Cátedra e assume o pastoreio da Diocese de Campo Limpo. — Imagem: Erica Viana.

Reveja a cerimônia

Transmitida pelas redes sociais da Diocese de Campo Limpo, é possível assistir a chegada do Bispo à Catedral e toda a celebração no canal Youtube da Diocese de Campo Limpo.


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