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Ceia Judaica

Paróquia de Santa Suzana celebra Ceia Pascal Judaica

A última ceia de Jesus Cristo e seus Apóstolos, segundo o antigo rito judaico, foi um “Sêder”, uma ordenada e solene refeição sacrificial.
 |  Rosangela Valente  |  Paróquias

Vivenciar, em riqueza de detalhes e significados, a ceia pascal como aquela celebrada por Jesus e seus Apóstolos foi a experiência oferecida às 140 pessoas que participaram da “ceia Pascal Judaica”, na Paróquia de Santa Suzana, no dia 05 de abril. A realização da ceia Pascal Judaica é uma prática catequética sobre o sacramento da Eucaristia e a origem da missa, que acontece na Paróquia desde 1999, na véspera das celebrações do Tríduo Pascal.

A edição deste ano marca o reinício da festividade que foi interrompida no período da pandemia. Como explicou o Pároco, Pe. Manoel Corrêa Viana Neto, a ceia Pascal Judaica surgiu na Paróquia de Santa Suzana por desejo da paroquiana Marina Meyersohn, cujo pai era judeu. “Ele disse que havia uma íntima relação entre o Sêder Pascal (Páscoa Judaica) e a celebração eucarística. Isto me levou a aprofundar no assunto”, relembrou o Pároco.

Pesquisando, Pe. Manoel se surpreendeu ao descobrir que havia paróquias e grupos católicos que realizavam essa ceia, só que de forma bastante reduzida. “Fui atrás de fontes judaico-cristãs e busquei aperfeiçoar a celebração”, contou o padre, que preside o rito da Ceia Pascal, o Hagadá de Pêssach.

Na tradição judaica, Pêssach (Páscoa) é a ‘Festa da Libertação’, na qual é celebrada a fuga do povo judeu do Egito, descrita no Livro do Êxodo. Para os cristãos a Ceia Pascal é uma cena da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo; uma apresentação dos acontecimentos do Cenáculo, que é reencenada para reavivar as últimas horas do Senhor neste mundo, conforme destacado no livreto elaborado na própria Paróquia a partir de escritos do ritual da Hagadá de Pêssach.Neste ano, a celebração da Páscoa nos calendários cristãos e hebraico foram no mesmo período, iniciando no dia 05 de abril.

Assim como em outras edições, a ceia deste ano contou com a presença de paroquianos e visitantes, entre eles membros da Diocese e seminaristas. Também participaram os sacerdotes da Paróquia, o Pe. José Bortolini e o Frei Guilherme Pereira Anselmo Júnior, que chegou recentemente à comunidade Santa Suzana. 

O rito

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Padre Manoel Viana, presidiu o rito cheio de detalhes e rico em catequese. — Imagem: Daniel Feijó.

Com as mesas postas, o alimento preparado e o roteiro cuidadosamente preparado, a Ceia Pascal começa no escuro, assim como a cerimônia da Vigília Pascal. Com a benção da luz, são acessas as velas e o rito prossegue, revelando o significado de cada elemento da ceia, como o cordeiro, os pães ázimos (feitos apenas com farinha e água), as ervas amargas, o ovo e a água salgada. Quatro cálices de vinho lembram as quatro promessas de Deus a Moisés no Êxodo. Na Ceia Pascal, os participantes revivem cada cálice dentro da liturgia. Mais do que uma explicação catequética, a Ceia Pascal traz um contexto de celebração, que inclui cânticos de louvor e o jantar servido, no qual o prato principal é o cordeiro.

Os membros da comunidade participam voluntariamente de cada etapa para a realização da Ceia Pascal, da organização à execução, passando pelo preparo da refeição e o serviço – antes, durante e após a ceia. Além da receita com a venda dos convites, a Paróquia conta também com a ajuda de benfeitores para viabilizar essa prática catequética.

Recebendo sempre muitos cumprimentos pelo evento, Pe. Manoel disse que todas as pessoas que participam da Ceia Pascal gostam muito e saem conhecendo um pouco da origem da missa. “A preparação dá trabalho! Mas vale a pena!”