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Santo Dias

Missa em homenagem aos 45 anos do assassinato de Santo Dias da Silva

Santo Dias da Silva, operário e líder cristão, tornou-se símbolo da luta operária no Brasil. 45 anos após seu assassinato, sua memória permanece como inspiração para a busca por justiça e dignidade para os trabalhadores.
 |  Regina Paixão e Luciana Dias  |  Diocese

No encerramento do mês das Missões, completam-se 45 anos do assassinato de Santo Dias da Silva, operário e líder sindical cristão, morto pela Polícia Militar em 30 de outubro de 1979, enquanto liderava uma greve pacífica de metalúrgicos em São Paulo, na antiga fábrica Sylvania, no bairro de Campo Grande.

Santo Dias nasceu em Terra Roxa, São Paulo, em 22 de fevereiro de 1942, e teve uma vida dedicada tanto ao trabalho quanto ao engajamento na Igreja Católica e nos movimentos operários, foi Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão Eucarística na Paróquia Cristo Libertador, Forania M’Boi Mirim. Desde jovem, Santo esteve envolvido em atividades como a Legião de Maria e a Congregação Mariana. Em São Paulo, foi membro ativo da Pastoral Operária, onde conquistou o respeito da classe trabalhadora e assumiu funções de representação na Equipe Estadual e Regional Sul I da CNBB.

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Conhecido por sua integridade e serenidade, Santo não hesitava em apoiar a causa operária e tinha o respeito da comunidade sindical. Ele acreditava profundamente na dignidade e no potencial de mudança da classe trabalhadora, mantendo-se sempre atualizado sobre os acontecimentos políticos e econômicos que impactavam os trabalhadores. Com suas convicções enraizadas no Evangelho, Santo defendia a inclusão dos trabalhadores nas decisões sindicais e sociais, e lutava contra as injustiças e opressões no ambiente fabril.

O impacto de sua morte em 1979 ressoa até hoje. Desde então, a frase “Santo, a luta vai continuar!” tornou-se um símbolo de resistência para os movimentos sindicais e comunitários. Em homenagem a sua memória, foi criado o Comitê Santo Dias da Silva, que realiza, há anos, celebrações para manter viva sua história e legado. Comemorações e encontros também ocorrem em diversas regiões do Brasil, onde seu nome batiza ruas, escolas, centros comunitários e paróquias, solidificando seu papel como um símbolo de fé e luta operária.

Anualmente, familiares e apoiadores se reúnem no local onde Santo foi morto para homenageá-lo, pintando no chão a frase “Aqui foi assassinado o operário Santo Dias da Silva em 30 de outubro de 1979 pela Polícia Militar.” Após essa homenagem, uma procissão segue até o Cemitério do Campo Grande, onde é realizada uma missa em memória de Santo Dias e de outros operários vítimas de injustiça. Este ano, a celebração relembra também figuras que apoiaram Santo, como Padre Jaime Crowe e outros ativistas, reforçando que o espírito de Santo Dias permanece vivo e inspirador para todos que continuam sua luta.

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