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CF 2023

Padre José Nelson: Mensagem para a Campanha da Fraternidade 2023

A campanha da Fraternidade 2023 tem início nesta quarta-feira (22) em todo o país, com o tema “Fraternidade e Fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 16,16).
 |  Pe. José Nelson da Silva  |  Diocese

A campanha da Fraternidade 2023 tem início nesta quarta-feira (22) em todo o país, com o tema “Fraternidade e Fome”, e o lema “Dai-lhes vós mesmo de comer” (Mt 16,16). A Campanha deste ano convida tem o objetivo geral de sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome, sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo.

Leia ou assista na íntegra a mensagem escrita pelo Assessor Diocesano para a Campanha da Fraternidade, padre José Nelson da Silva:

A Campanha da Fraternidade de 2023 traz como tema “Fraternidade e Fome” e o lema “Dai-lhes vós mesmos de comer” (cf. Mt 14,16). Esta é a terceira vez que a CF nos convida a refletir sobre a fome.  A primeira vez foi em 1975 com o lema “Repartir o Pão”, a segunda vez em 1985 “Pão para quem tem fome”.

A fome é uma realidade mundial, mas olharemos neste momento para o Brasil. Somos um dos maiores produtores de grãos, recordista de tantas safras a cada ano, porém, mais da metade da população convive com a Insegurança alimentar, ou seja, não sabem se farão a próxima refeição, 33 milhões de pessoas passam fome. O que nos falta? A CF 2023 nos convida a ver esta realidade para julgar e agir inspirados pela Palavra, buscando soluções no combate a miséria e a fome.

O objetivo geral é sensibilizar a sociedade e a Igreja para enfrentarem o flagelo da fome, sofrido por uma multidão de irmãos e irmãs, por meio de compromissos que transformem esta realidade a partir do Evangelho de Jesus Cristo. Como nos diz o texto-base, “a Quaresma é o tempo favorável para a conversão, mas não o único, não podemos esquecer o tripé quaresmal Jejum, oração e Esmola, Caridade”. Há 60 anos a CF nos ajuda a melhor vivenciarmos a Quaresma,  não é uma campanha sobre a Quaresma, porém, nos convida neste tempo tão rico da liturgia da nossa Igreja, a uma escuta mais atenta e comprometida do Evangelho.

“A fome é um instinto natural e poderoso de sobrevivência presente em todos os seres vivos. Na sociedade humana, a fome é uma tragédia, um escândalo, é a negação da própria existência”. (cf. Texto-Base, 5)

“Para a humanidade, a fome não é só uma tragédia, mas também uma vergonha... Diante desta realidade, não podemos permanecer insensíveis ou paralisados. Somos todos responsáveis”. (Papa Francisco)

O lema da CF foi retirado do texto do Evangelho segundo Mateus (14,16), porém é preciso olhar o texto a partir do versículo 13-21, para melhor meditarmos e compreendermos. Texto este conhecido por todos nós, como a ‘multiplicação dos pães’.

O texto inicia assim “tendo ouvido isso...”. Mas nos perguntamos, tendo ouvido o que? Voltando uns versículos, Jesus é informado da morte de João Batista, despede-se da multidão, e entristecido vai com os discípulos para um lugar afastado, a multidão percebendo onde Jesus estava indo, sai a pé e chega ao local primeiro. Ao desembarcar Jesus olha a multidão, sente compaixão por eles, cura os enfermos. Ao fim da tarde, os discípulos questionam Jesus para despedir a multidão para comprar comida, mas Jesus lhes diz “dai-lhes vós mesmos de comer”.

Por muitas vezes temos medo, não confiamos na providência de Deus, achamos que não podemos fazer nada para mudar a dura realidade do sofrimento de tantos irmãos e irmãs. Mas todos nós podemos. O não desperdício já é um começo, a partilha é outro passo, a comunhão eclesial, a cobrança por políticas públicas do município, do Estado e da Federação que funcionem e que sejam mais honestas. Poderíamos citar tantas coisas, mas, atrevo-me a dizer, que o desejo pelos bens materiais e o esquecimento de quem nos conduz a esta conquista, são um grande problema, pois assim, não valorizamos o ser humano, não cuidamos do nosso planeta, não fazemos uma caminhada comum, nem cumprimos o mandamento de Jesus de nos amarmos como Ele nos amor, de repetir o seu gesto no servir ao outro, afinal, Ele que é o Mestre e Senhor lavou os pés de seus discípulos. A humildade, a acolhida, a partilha e a comunhão. Estamos vivenciando uma caminhada para o Sínodo da Igreja, fizemos já um longo processo, mas aprendemos de fato que ser uma igreja Sinodal, é caminhar juntos? Deixar a cultura do ódio, da indiferença, do rancor, do preconceito, da injustiça, da exclusão e praticar a humildade, a partilha, a acolhida, a fraternidade, a justiça e a paz de Jesus? É preciso e urgente servir e amar com mais alegria e disposição, melhor dizermos comprometimento.

Que não seja apenas mais uma Campanha, ou mais uma quaresma, ou mais uma páscoa. Mas que seja o celebrar a memória do nosso Salvador Jesus Cristo com verdade e fé. Juntos nós podemos mudar esta dura realidade da fome. Fé, força e coragem!

Que tenhamos uma santa e abençoada Quaresma em vista da grande celebração da Ressurreição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Concluo com este pensamento: “O Mundo será melhor e nós seremos mais felizes quando deixarmos o orgulho de lado, para transparecer o amor ao próximo, sendo mais humildes e dedicados nas tarefas que vamos realizar.


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