Conheça o documento “Um chamado por justiça climática e a Casa Comum” com visão da Igreja do hemisfério sul sobre a COP30

Conheça o documento “Um chamado por justiça climática e a Casa Comum: conversão ecológica, transformação e resistência às falsas soluções”. Seu texto expressa a visão da Igreja Católica do Sul Global sobre a COP30, contém os principais pontos de incidência política, propostas e denúncias da Igreja com respeito à crise climática e às pautas em debate no contexto da Conferência das Organizações Nações Unida (ONU) sobre o Clima que acontecerá no Brasil, em novembro.
O documento foi entregue ao Papa Leão XIV, em Roma, no dia 1º de julho pelo presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-Americano (Celam), o cardeal Jaime Spengler, pelo representante das Conferências Episcopais da África, o cardeal Fridolin Ambongo Besungu, e pelo representante das Conferências Episcopais da Ásia, cardeal Felipe Neri.
Na CNBB, em Brasília, o primeiro vice-presidente da CNBB, dom João Justino de Medeiros, e o presidente da Comissão Especial para Ecologia Integral e Mineração da CNBB, dom Vicente de Paula Ferreira, também apresentaram o documento em uma coletiva de imprensa no dia 1º de julho, às 10h30.
Durante a coletiva, coordenada pela Osnilda Lima, assessora da Comissão Episcopal para a Comunicação da CNBB, foi apresentado o vídeo enviado pelo presidente da CNBB, Dom Jaime Cardeal Spengler, de Roma, contando sobre como foi a entrega e a recepção do documento pelo Santo Padre, Leão XIV.

Ampliar a participação na COP30
Dom João Justino falou da importância da atuação da Igreja do processo de discussão da questão climática. “Este é um tema que não pode ficar restrito apenas entre governos e cientistas. Os impactos da crise climática atingem todos, não da mesma forma. O objetivo é ampliar a participação neste processo da Conferência da ONU sobre o Clima”, disse.
O arcebispo de Goiânia recordou ainda que a questão do cuidado da Criação está muito ancorada na história da CNBB, com a realização de Campanhas da Fraternidade que abordaram o tema ambiental, como a de 1979, por exemplo, cujo lema é “preserve o que é de todos”. “O Evangelho também nos convida a cuidar da criação: dom de Deus”, disse.
Ao apresentar o documento, dom Vicente destacou que a Igreja Católica presente no sul global (América Latina, África e Ásia) apresenta que não é possível superar a crise climática por modelos apresentados com o falso discurso da sustentabilidade pelos que provocam a crise ambiental. Segundo o bispo, quem vai pagar a conta da crise são o sul global e os pobres.
O documento foi utilizado pela Igreja Católica como instrumento de diálogos bilaterais na Conferência de Bonn (Alemanha, 16 a 26 de junho), etapa preparatória à COP30. Será entregue à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, ainda dia 2de julho, e apresentando em audiência pública na Câmara dos Deputados, no próximo dia 3 de julho.
A coletiva fez parte ainda das celebração do Junho Verde, campanha em defesa da Casa Comum e por mais sustentabilidade.