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Formando liturgicamente para melhor celebrar - A Missa explicada – PARTE 1

 

 |  Pe. Fausto dos Santos Oliveira  |  Diocese

 

Queridos Leitores,

Depois de propormos brevemente nas duas últimas ediçõesa meditação sobre “COMO COMUNGAR” e da “NECESSIDADE DE OUVIR A PALAVRA DE DEUS NA LITURGIA”, a pedido de nossos leitores, a quem agradeço imensamente o retorno e também os convido para o 2º módulo da Escola Diocesana de Liturgia, a iniciar em agosto próximo, no qual trataremos especificamente das “partes da missa”, iniciaremos agora uma sequência de reflexões sobreeste tema, visto ser a Celebração Eucarística o centro da vida cristã.

O rito eucarístico que debruçaremos nas próximas edições é o latino na sua forma ordinária, que é aquele que nos toca. Há, no mundo inteiro, vários outros ritos eucarísticos reconhecidos pela santa Igreja, que se mantiveram por sua antiguidade e fidelidade à doutrina católica. Fiquem atentos a esta e as próximas edições!

 

Parar iniciar esta reflexão transcrevo em primeiro lugar o parágrafo 16 da Instrução Geral do Missal Romano (IGMR), ao tratar da importância e dignidade da Celebração Eucarística, o CENTRO de toda vida cristã:

“A celebração da Missa, como ação de Cristo e do povo de Deus hierarquicamente ordenado, é o centro de toda a vida cristã tanto para a Igreja universal como local e também para cada um dos fiéis. Pois nela se encontra tanto o ápice da ação pela qual Deus santifica o mundo em Cristo, como o do culto que os homens oferecem ao Pai, adorando-o pelo Cristo, Filho de Deus. Além disso, nela são de tal modo relembrados, no decorrer do ano, os mistérios da redenção, que eles se tornam de certo modo presentes. As demais ações sagradas e todas as atividades da vida cristã a ela estão ligadas, dela decorrendo ou a ela sendo ordenadas.”

Em segundo, apresentando o “modelo” da liturgia para toda a diocese, e mais uma vez agradecendo ao nosso bispo D. Luiz Antônio Guedes o espaço a nós concedido neste boletim e sua preocupação em fazer com que todos os diocesanos tenham acesso ao conhecimento pleno do que nossa Mãe Igreja nos ensina, faço jus ao número 22 da mesma Instrução que nos confirma a responsabilidade do primeiro a zelar e a modelar as celebrações na diocese:

“De máxima importância é a celebração da Eucaristia na Igreja particular. O Bispo diocesano, o principal dispenseiro dos mistérios de Deus na Igreja particular a ele confiada, é o moderador, o promotor e guarda de toda a vida litúrgica. Nas celebrações que se realizam sob a sua presidência, sobretudo na celebração eucarística realizada por ele, com a participação do presbitério, dos diáconos e do povo, manifesta-se o mistério da Igreja. Por isso, tais celebrações da Missa devem ser tidas como modelares para toda a diocese. É, pois, seu dever esforçar-se para que os presbíteros, os diáconos e os féis cristãos leigos compreendam sempre mais profundamente o sentido autêntico dos ritos e dos textos litúrgicos e assim sejam levados a uma celebração ativa e frutuosa da Eucaristia. Com a mesma finalidade cuide que cresça sempre a dignidade das próprias celebrações, para cuja promoção muito contribui a beleza do espaço sagrado, da música e da arte” ... ufa! Essa não tem sido uma tarefa fácil, mas creio que ganharemos cada vez mais a conscientização de todos!

Ao contrário dos que muitos pensam, nossas celebrações podem ser adaptadas naquilo que é permitido, justamente no critério de se evitar excessos e também abusos! Talvez a grande margem para os abusos e dissonâncias com as Normas Universais consista em não conhecer profundamente o sentido do que celebramos, pois me parece que muitos ao invés de conhecer acabam por inventar. Isso não é criatividade! Isso é dessacralização! Observemos o número 23 e seguintes da IGMR:

  1. “Além disso, para que a celebração atenda mais plenamente às normas e ao espírito da sagrada Liturgia e aumente sua eficácia pastoral, apresentam-se neste Instrução Geral e no Ordinário da Missa alguns ajustes e adaptações”.24. “Estas adaptações, na maioria, consistem na escolha de alguns ritos ou textos, ou seja, de cantos, leituras, orações, munições e gestos mais correspondentes às necessidades, preparação e índole dos participantes, atribuídas ao sacerdote celebrante. Contudo o sacerdote deve estar lembrado de que ele é servidor da sagrada Liturgia e de que não lhe é permitido, por própria conta, acrescentar, tirar ou mesmo mudar qualquer coisa na celebração da Missa.”
  2. “Além disso, no Missal são indicadas, no devido lugar, certas adaptações que, conforme a Constituição sobre a Sagrada Liturgia, competem respectivamente ao Bispo diocesano ou à Conferência dos Bispos. (cf. n. 387, 388-293).26.No que se refere, porém, às diversidades e adaptações mais profundas, que atendam às tradições e à índole dos povos e regiões, a serem por utilidade ou necessidade introduzidas à luz do art. 40 da Constituição sobre a Sagrada Liturgia, observe-se o que se expõe na Instrução "De Liturgia Romana et inculturatione" que vem exposto (n. 395-399) mais adiante.” ... e às vezes, por falta de conhecimento, acabamos criando certos “modismos” em nossas celebrações!

Por fim, após essa ligeira apresentação de alguns números da IGMR, concluo esta primeira de cinco partes apresentando a Estrutura Geral da Missa, como nos dita os números 27 e 28 da IGMR:

  1. “Na Missa ou Ceia do Senhor, o povo de Deus é convocado e reunido, sob a presidência do sacerdote que representa a pessoa de Cristo, para celebrar a memória do Senhor ou sacrifício eucarístico. Por isso, a esta reunião local da santa Igreja aplica-se, de modo eminente, a promessa de Cristo: "Onde dois ou três estão reunidos no meu nome, eu estou no meio deles" (Mt 18, 20). Pois, na celebração da Missa, em que se perpetua o sacrifício da cruz, Cristo está realmente presente tanto na assembléia reunida em seu nome, como na pessoa do ministro, na sua palavra, e também, de modo substancial e permanente, sob as espécies eucarísticas”.
  2. A Missa consta, por assim dizer, de duas partes, a saber, a liturgia da palavra e a liturgia eucarística, tão intimamente unidas entre si, que constituem um só ato de culto. De fato, na Missa se prepara tanto a mesa da Palavra de Deus como a do Corpo de Cristo, para ensinar e alimentar os fiéis. Há também alguns ritos que abrem e encerram a celebração.

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Pesquise sobre a Carta Apostólica Sob forma de Moti Proprio Misterii Paschalis, Papa Paulo VI.

“Mestre, em obediência à vossa palavra, lançarei as redes!” (Lc, 5 5b)

Pe. Fausto dos Santos Oliveira

Assessor Diocesano da Área de Ação Evangelizadora Litúrgica